Acolhimento e profissionalismo: reflexões sobre a relação médico-paciente
Por autor simples | Publicado: 02/04/2023
Acolhimento e profissionalismo: reflexões sobre a relação médico-paciente
No mundo contemporâneo, onde a tecnologia se encontra em uma evolução exponencial, é fundamental recordar a essência humanitária que deve permear a relação médico-paciente.
Em meio aos avanços, é imprescindível que a cordialidade e o acolhimento não se percam, servindo como pilar sustentável para uma prática médica equitativa e sensível.
No blog de hoje, convido você a construir comigo uma reflexão importante sobre o tema. Vamos reforçar a importância de uma prática médica humanizada e promotora de bem-estar em todos os níveis.
Cuidar é muito mais que prescrever receitas e dar diagnósticos…
No contexto médico, "cuidar" assume uma dimensão holística. Enquanto prescrever receitas e oferecer diagnósticos são partes cruciais do cuidado médico, um cuidado genuíno vai além desses aspectos técnicos.
Implica em construir uma relação de confiança, em mostrar empatia e em estar disponível para auxiliar os pacientes em todos os aspectos de sua jornada de saúde.
Cuidar é também oferecer uma palavra de encorajamento, ajudar os pacientes a manterem uma atitude positiva e a terem esperança, fatores que podem influenciar significativamente no processo de recuperação.
Portanto, uma abordagem que abarca não apenas o corpo, mas também a mente e o espírito, é crucial para um cuidado médico verdadeiramente eficaz e compreensivo.
Por que uma medicina mais humanizadora?
Em um cenário médico ideal, a humanização não é apenas uma cortesia, mas uma necessidade premente. Uma medicina mais humanizadora pode, sem dúvidas, influenciar de forma positiva o processo de cura e recuperação dos pacientes.
Isso acontece porque, ao serem tratados com dignidade, respeito e compreensão, os pacientes são mais propensos a confiar em seus médicos, a compartilhar informações cruciais para o diagnóstico e a seguir os regimes de tratamento prescritos.
Além disso, uma abordagem humanizadora pode amenizar a ansiedade e o estresse, frequentemente associados a procedimentos médicos, promovendo o bem-estar e a saúde mental dos pacientes.
O acolhimento que o oncologista deve oferecer:
No âmbito da oncologia, o papel do acolhimento é ampliado, dada a complexidade e a gravidade, muitas vezes associadas ao diagnóstico de câncer.
Nesse contexto, o oncologista deve ser mais do que um mero técnico da medicina; ele deve ser um farol de esperança, um ouvinte atento e um orientador sábio.
É sua função garantir que o paciente se sinta visto, ouvido e compreendido, proporcionando um espaço seguro para expressar suas preocupações, medos e esperanças.
Além de oferecer tratamentos avançados, o oncologista precisa estar preparado para oferecer um ombro amigo e uma palavra de conforto, fundamentais para fortalecer o espírito dos pacientes em sua jornada de luta contra a doença.
Expectativas de um paciente oncológico:
Pacientes oncológicos, ao se depararem com um diagnóstico muitas vezes impactante, carregam consigo uma série de expectativas. Eles esperam, primordialmente, serem tratados com respeito e dignidade, tendo suas preocupações e medos legitimados.
Almejam por profissionais que possam guiar-lhes com sabedoria e expertise, oferecendo informações claras e honestas sobre suas condições e opções de tratamento.
Além disso, esperam por tratamentos inovadores e eficazes, acompanhados de um suporte emocional que os ajude a manter a resiliência durante o processo.
Em resumo, um paciente oncológico anseia por uma jornada terapêutica que não apenas busque a cura física, mas que também acalente sua alma, oferecendo esperança, conforto e compreensão em momentos de incerteza e vulnerabilidade.
Conclusão:
Como mostramos através de nossas reflexões, cuidar transcende a prescrição de tratamentos médicos e adentra o território sagrado da empatia, da confiança e da compaixão.
E é nesta sinergia entre ciência e humanidade que reside a verdadeira arte da medicina, uma arte que busca, incessantemente, não apenas a cura física, mas o bem-estar integral do ser humano, nutrindo tanto o corpo quanto a alma.
Inseridos nessa perspectiva, médicos e profissionais de saúde têm o dever não só de administrar tratamentos, mas de serem verdadeiros aliados de seus pacientes, compreendendo suas necessidades, anseios e expectativas.
Por meio do cultivo de uma medicina mais humanizadora, onde o acolhimento e a profissionalidade caminham lado a lado, podemos vislumbrar um futuro onde a jornada pela cura seja um percurso trilhado com respeito mútuo, confiança e solidariedade.
Até semana que vem com mais um conteúdo sobre saúde para você aqui no meu blog!
Dr. Bruno Marcelino - Cirurgião Oncológico.