Saiba como surgiu a Cirurgia Oncológica

História da cirurgia oncológica

A história da cirurgia oncológica remonta a séculos atrás, quando cirurgiões realizavam procedimentos para remover tumores. No entanto, foi só no final do século XIX que a cirurgia oncológica começou a se desenvolver como uma especialidade distinta.

A ideia de remover tumores começou a evoluir apenas no século XIX. Foi em 1846 que a primeira cirurgia para câncer de mama foi realizada com sucesso. O procedimento foi feito pelo cirurgião britânico William Stewart Halsted, que também é considerado o pai da cirurgia oncológica.

Halsted acreditava que o câncer poderia ser curado com a remoção completa do tumor, juntamente com tecido normal circundante. Ele introduziu o conceito de "cirurgia radical", que envolve a remoção de tecidos e órgãos inteiros, dependendo da localização do tumor. 

Embora a abordagem radical de Halsted tenha sido criticada por alguns, ela ajudou a estabelecer as bases da cirurgia oncológica moderna.

Já o médico alemão Karl Thiersch é considerado o pai da cirurgia oncológica moderna, tendo realizado a primeira cirurgia radical para câncer de mama em 1882. 

Na época, a cirurgia para câncer de mama era geralmente limitada à remoção do tumor e do tecido circundante, mas Thiersch reconheceu a importância de remover os gânglios linfáticos axilares para impedir a disseminação do câncer.

A cirurgia oncológica evoluiu rapidamente no século XX, com avanços significativos no diagnóstico e tratamento do câncer. 

Hoje, a cirurgia oncológica é frequentemente combinada com outras modalidades de tratamento, como radioterapia e quimioterapia, para melhorar os resultados do tratamento.

Desde então, a cirurgia oncológica passou por muitas mudanças e desenvolvimentos. Com o avanço da tecnologia, novas técnicas de cirurgia minimamente invasiva, como a laparoscopia, foram desenvolvidas.

Essas técnicas permitem que os cirurgiões removam tumores com incisões menores, resultando em uma recuperação mais rápida e menos dor para o paciente.

A cirurgia oncológica também se beneficiou de avanços em outras áreas, como a terapia adjuvante. Essa abordagem envolve o uso de radioterapia e quimioterapia após a cirurgia para matar células tumorais que podem ter sido deixadas para trás.

Os cirurgiões oncológicos são altamente treinados e especializados em procedimentos de remoção de tumores, garantindo a melhor chance possível de sucesso no tratamento do câncer.

É importante ressaltar que a cirurgia oncológica é apenas uma parte do tratamento do câncer e pode não ser apropriada para todos os pacientes. 

A escolha do tratamento depende do tipo de câncer, estágio da doença, saúde geral do paciente e outros fatores individuais.

Por isso, é essencial que o paciente converse com seu médico para encontrar o melhor plano de tratamento para seu caso específico.

Fatos importantes sobre a cirurgia oncológica

Ela pode ser realizada em pacientes idosos ou com outras condições médicas: 

Muitas pessoas acreditam que, devido à complexidade da cirurgia, apenas pacientes jovens e saudáveis podem passar pelo procedimento. No entanto, a cirurgia oncológica pode ser adaptada para atender às necessidades de pacientes com diferentes condições médicas e idade avançada, com excelentes resultados em muitos casos.

Pode ser utilizada como uma medida preventiva em pacientes com alto risco de desenvolver câncer:

Em alguns casos, a remoção cirúrgica de tecidos ou órgãos pode reduzir significativamente o risco de desenvolver câncer. Esse tipo de cirurgia é chamado de cirurgia profilática e é frequentemente indicado em casos de histórico familiar de câncer ou em pacientes com mutações genéticas associadas a essa doença.

A cirurgia oncológica é um tratamento comum para o câncer: 

A cirurgia é frequentemente usada para remover tumores do corpo. Ela pode ser usada sozinha ou em combinação com outras formas de tratamento, como quimioterapia e radioterapia. Podem ser profiláticas, para diagnóstico, para auxílio em outros tratamentos, como a implantação de cateter para a realização de quimioterapia, ou paliativas, para melhora na qualidade de vida dos pacientes.

Equipe multidisciplinar: 

A cirurgia oncológica é frequentemente realizada por uma equipe multidisciplinar, incluindo cirurgiões, oncologistas clínicos, radio-oncologistas, patologistas e outros profissionais de saúde. 

Essa abordagem ajuda a garantir que o paciente receba o melhor tratamento possível. E, na hora de escolher a melhor abordagem em termos de cirurgia, é fundamental conversar com o médico responsável.

O meu conselho é que, desde o início, assim que a cirurgia for apresentada como alternativa de tratamento, paciente e equipe médica estejam em constante diálogo para maiores chances de sucesso ao final do procedimento.

Dr. Bruno Marcelino - Cirurgião Oncológico